domingo, 4 de dezembro de 2011

Perdi-me...

Ao passar na vila, deparei-me com um ambiente fantasmagórico, um nevoeiro que se assentou assim do nada. Consegui no entanto avistar um vulto, era um homem com a cara completamente ressequida, era de facto um campino. Sobre o seu rústico casaco pendiam vestígios de palha tal como era feito o seu chapéu, parecia ter apenas um olho e a sua dentadura estava mais podre que o cerne oco de um carvalho com mais de 1000 anos. O Velho começou a dançar uma melodia maluca mas no entanto cativante, sapateou da seguinte forma: Um passo a frente, outro atrás, um outro à direita e seguidamente à esquerda, tirou o chapéu e deu uma voltinha, Ihá. A musica tão chamativa que outros pálidos fantasmas se alçaram das suas campas e dançaram. Todos seguiam os passos do líder. Do mestre. Quem era? Perguntam vocês tal como eu me perguntei perplexo a olhar aquele espectáculo. O vento passava uivando e quando passava, de vez em quando, sussurrava assustadoramente Coton Eye Joe. Petrificado ali fiquei, aliás só as minhas pernas assustadoramente se mexiam, dançavam aquela dança demoníaca, ritmada, quase coreografada, sem parar, enquanto a minha cara espelhava espanto e medo ao mesmo tempo, aliás expressava todas as sensações de incredibilidade e horror que se possam ter numa só expressão. Dancei até de madrugada quando acabou o pesadelo. Enfim; parei de dançar.

Eddie

2 comentários:

  1. Gostei bastante do ambiente. O Eddie és tu, Eduardo?

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  2. Sim sou eu o Eduardo. Bem tou a ver que ainda não foste raptado por nenhuma milicia. Abraço bom trabalho ai por essas terras.

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