segunda-feira, 12 de dezembro de 2011
domingo, 11 de dezembro de 2011
AS VINTE REGRAS DE S. S. VAN DINE PARA SE ESCREVER UM BOM ROMANCE POLICIAL:
2. Nenhum truque ou tapeação proposital deve ser utilizado pelo autor, senão os que tenham sido legitimamente empregados pelo criminoso contra o próprio detetive.
3. Não deve haver interesse amoroso no entrecho. A questão a ser deslindada é a de levar o criminoso ao tribunal e não a de levar um casal ao altar.
4. Jamais o detetive ou algum investigador deve ser o culpado. Isso seria tapeação: naturalmente porque o raciocínio do leitor está voltado para o rol de suspeitos.
5. O culpado deve ser identificado mediante deduções lógicas e não por acidente, coincidência ou confissão forçada. O contrário disso seria mostrar ao leitor que todo o seu trabalho de dedução foi inútil pois o tempo todo o autor tinha o nome do criminoso.
6. A novela de detetive tem de ter um detetive. Alguém que “detecte”. Que analise as pistas e junte-as a fim de identificar o autor da sujeira relatada no primeiro capítulo.
7. É necessário que haja um cadáver. Quanto mais morto, melhor. Os crimes menores que homicídio são insuficientes. Só o assassinato desperta no leitor seu sentimento de vingança e horror.
8. O problema do crime deve ser solucionado por meios rigorosamente naturais. Métodos como leitura da mente, reuniões espíritas, bolas de cristal estão excluídos. O leitor deve ter oportunidade igual à do detetive para solucionar o mistério; se ele tiver que competir com espíritos, bolas de cristal, etc, fica em desvantagem.
9. Cada história deve ter unicamente um detetive. Uma história com muitos detetives bagunça o raciocínio lógico da narrativa, além de deixar o leitor, que é único, em desvantagem. Na novela policial, o leitor se identifica com o detetive; havendo mais de um detetive, ele não sabe a quem dirigir sua atenção.
10. O culpado deve ser alguém que desempenhou papel mais ou menos destacado no entrecho. Alguém com quem o leitor se familiarizou. Se o autor apresenta um desconhecido como criminoso, estará admitindo sua derrota diante do leitor.
11. Criados – mordomos, valetes, guardas florestais, cozinheiros – não devem ser escolhidos pelo autor como culpados. Isso constitui uma solução fácil demais. O leitor ficará frustrado, achando que perdeu tempo tentando identificar um personagem tão desimportante. Se o crime foi obra de um trabalhador braçal, o autor não deveria ter escrito um livro a respeito.
12. Deve haver apenas um culpado, por maior que seja o número de homicídios cometidos. Esse culpado poderá ter um auxiliar, mas é nele que recairá a cólera do leitor.
13. As sociedades secretas, máfias, camorras, etc, não devem ter lugar em histórias de detetives. O assassinato verdadeiramente lindo e fascinante estaria comprometido por essa culpabilidade por atacado. Além disso, se o assassino pertence a um grupo criminoso, ele conta com uma rede de proteção, o que tira o fascínio do suspense.
14. O método utilizado para o assassinato e o meio de descobri-lo devem ser lógicos e científicos. Quer dizer que os meios pseudocientíficos e os dispositivos puramente imaginativos ou especulativos não serão tolerados no roman policier. O autor deve se limitar aos venenos e drogas conhecidos da população. Se inventar coisas mirabolantes sairá da área do romance policial e entrará no romance de aventura.
15. A verdade do problema deve estar bem à vista em todos os momentos da narrativa. O leitor
tem que ser arguto para perceber. Quando o leitor chegando à última página recomeça a leitura deve pensar: Puxa, por que eu não percebi isso? O leitor tem que se convencer que não é tão arguto quanto o detetive. Uma novela de mistério nunca será de mistério para todos os leitores pois alguns deles descobrirão o assassino antes do detetive.
16. Uma novela de detetives não deve conter compridas passagens descritivas, nenhum rebuscamento literário em questões secundárias, nenhuma análise sutilmente elaborada dos personagens, nenhuma preocupação “atmosférica”. Tais procedimentos retardam a ação e carreiam para a história elementos que não têm nada a ver com ela. Leitores de novelas policiais não buscam enfeites literários, estilo, belas descrições, mas o estímulo mental e a atividade intelectual.
17. Jamais se deve atribuir a um criminoso profissional a culpabilidade do crime em uma história de detetives. Os crimes cometidos por arrombadores e bandidos estão na esfera da polícia – e não na esfera de autores e detetives amadores (leitores). O crime verdadeiramente fascinante é o cometido por uma coluna-mestra da igreja ou alguma solteirona conhecida por seus atos de caridade.
18. O crime na história policial jamais deve ocorrer por acidente ou suicídio. Encerrar a história com esse anticlímax corresponde a um truque contra o leitor.
19. O móvel do crime na novela policial deve ser de ordem pessoal. Ciúme, cobiça, amor, ódio, vingança, medo, tara, etc. Sair desses motivos equivaleria a retirar do leitor um elemento de dedução. Tramas internacionais pertencem a outro gênero – o gênero da espionagem. O crime deve refletir a vivência cotidiana do leitor, proporcionar-lhe certo escapamento para seus próprios desejos e emoções reprimidas.
20. O autor “policial” não deve usar os meios dedutíveis ou provas já usados em demasia por outros autores, pois eles já são conhecidos dos leitores de romances policiais. Quando o escritor usa esses meios está confessando sua falta de talento e originalidade.
Anotado e adaptado por Joaquim Nogueira, do livro O MUNDO EMOCIONANTE DO
ROMANCE POLICIAL de Paulo de Medeiros e Albuquerque.
S. S. Van Dine, pseudónimo de Willard Huntington Wright, é o escritor norte-americano que criou o detetive Philo Vance.
sábado, 10 de dezembro de 2011
Dizia-se na aldeia que se alguém ousasse entrar naquele jardim à noite, a lua ficaria cheia, independentemente da fase em que se encontrasse. Guilherme quis desafiar a lenda e decidiu fazer-se enterrar em quarto minguante. Jura agora a pés juntos que é tudo mentira. Mas na verdade os seus pés estão juntos para sempre. Deitados e enterrados.
A mãe do rapaz deseja agora tirar a teimas, e garante que há-de lá encontrar um corpo caído. Quanto mais não seja o seu. Ao lado do filho, claro.
domingo, 4 de dezembro de 2011
Perdi-me...
Eddie
Sem pudor...
Trazia os olhos carregados de amor
e as mãos sedentas de um abraço,
mas afinal no peito só trazia dor
e o coração esse, um pedaço.
Pedaço do que em tempos foi
e jamais voltaria a ser,
pena que eu não possa, anjo meu,
pela tua boca sofrer.
E sem mais desapareceu,
sem saber que as mãos minhas,
queriam pouco do que era seu.
voariam com um abraço...
quarta-feira, 30 de novembro de 2011
Conversa de embalar
De tempos a tempos, volto a descarregar este podcast e adormeço com ele.
Admito que me agrada o Espanhol sul americano, mas para além disso, esta entrevista é de facto uma doçura do princípio ao fim.
Numa aula em que falámos de ideias para livros, a Ana Sofia descreveu uma personagem que por qualquer motivo se viu entregue a um longo período de reclusão, o que a levou a um confronto inevitável consigo própria (corrige-me se estiver errada, Ana Sofia). Nesse dia, lembrei-me novamente desta entrevista, em particular da passagem em que Ingrid Betancourt diz que o que mais a amedrontou foram os ruídos da selva que não conseguia identificar. Estranho, não é? Afinal não conhecemos tudo. Gostei desta pequena lição (e de todas as outras também), e fiquei irremediavelmente apaixonada pela sabedoria de Ingrid.
Por isso, se alguém ainda não ouviu, aqui fica.
terça-feira, 29 de novembro de 2011
"In My Mind" Music Video
In my mind
In a future five years from now
I'm a hundred and twenty pounds
And I never get hungover
Because I
Will be the picture of discipline
Never minding what state I'm in
And I will be someone I admire
And it's funny how I imagined
That I would be that person now
But it does not seem to have happened
Maybe I've just forgotten how
To see
That I'm not exactly the person that I thought I'd be.
And in my mind
In the far-away here-and-now
I've become in-control somehow
And I never lose my wallet
Because I
Will be the picture of discipline
Never fucking-up anything
And I'll be a good defensive driver
And it's funny how I imagined
That I would be that person now
But it does not seem to have happened
Maybe I've just forgotten how
To see
That I'll never be the person that I thought I'd be.
And in my mind
When I'm old I am beautiful,
Planting tulips and vegetables
Which I will mindfully watch over
Not like me now
I'm so busy with everything
That I don't look at anything
But I'm sure I'll look when I am older
And it's funny how I imagined
That I could be that person now
That that's not what I want
But that's what I wanted
That I'd be giving up somehow
How strange to see
That I don't want to be the person that I want to be.
And in my mind
I imagine so many things
Things that aren't really happening
And when they put me in the ground
I'll start pounding the lid,
Saying, "I haven't finished yet,
I still have a tattoo to get,
It says, 'I'm living in the moment'".
And it's funny how I imagined
That I could win this win-less fight
Maybe it isn't all that funny
That I've been fighting all my life
But maybe I have to think it's funny
If I want to live before I die
And maybe it's funniest of all
To think I'll die before I actually
See
That I am exactly the person that I want to be.
Fuck yes.
I am exactly the person that I want to be.
Amanda Palmer
Mindelo
Última estação de Metro
segunda-feira, 28 de novembro de 2011
Diálogos - Hoje há greve
domingo, 27 de novembro de 2011
Micro-conto 150 caracteres
sábado, 26 de novembro de 2011
Exercício - Descrição de personagem
Rui gosta do Inverno porque usando uma barba - que desejava fosse mais cerrada - e o gorro de lã enfiado até às orelhas, há poucas probabilidades de alguém o reconhecer. Há poucas probabilidades, até, de ele próprio se reconhecer. Quanto menos vir de si, melhor.
Se ao menos pudesse cortar o raio da barba e pegar no estupor do carro, ali ao fim da rua, sem o deixar ir abaixo três vezes. Consecutivamente, até se enervar e bater com a porta. Aos trinta anos, pensava ele, devia ser capaz de conduzir um carro. Não fossem as estratégias mentais que inventara para não ter de sair de casa.
Pois agora tinha de sair. E tinha de conduzir um carro. E não tinha apenas de o fazer. Queria-o. Desejava-o tanto quanto desejava ser outra pessoa.
Sobre o Ciúme
Essas farpas que me atiras no meio do teu descuido, são incisivas e doem que se farta. Geralmente, atingem-me a zona do peito. Quando é assim, o mal não é tão grande. Limito-me a absorvê-las, por osmose, e esperar que, esfregando-me com diligência, saia delas o maior da porcaria. No entanto, é mais grave quando me atingem a cabeça à retaguarda. À traição! O punho esmaga-me o cérebro. Depois desce com torturante lentidão; deformando-me o pescoço como se fosse um pastel de massa tenra. E sinto-me comprimir aos bocadinhos, a ficar mais denso e pequenino até que nada reste de mim senão um ponto de singularidade, na eminência de tal rebentamento que vai tudo pelo ar. Vou eu, vais tu e vai quem com ele apanhar. Dá-se a birra no seu maior expoente. Mas uma birra criativa, bonita de ser ver, fértil de factos, proficiente na recolha de detalhes, e exemplar na produção de conclusões calamitosas. E do alto da minha privilegiada estanquicidade e para que vejas, enterro as farpas ainda mais fundo. Já não são farpas, são armas, são filhos, são aliados no lúdico processo que passa a ser a tua obliteração.
Enfim, é uma questão de busca de empate ou empatia, já que também me sinto obliterado. Ora desce cá para baixo, para que tenhas uma perspectiva favorecida do que é sentirmo-nos diminuídos. Senta-te aqui comigo, na água fétida da humilhação, para que te possa medir, pesar e comparar fria e cirurgicamente. É isso que faço dentro da minha cabeça. É uma oficina de retalhos, esta minha cabeça. As minhas melhores ideias são abortos edificados do maior calibre. Mas, também, trabalho com o que tenho: as tuas farpas.
Inesperadamente no quarto
O poeta
Figuras que rondam
Às vinte e duas horas e dezasseis minutos os dois militares, agora trajados à civil, assombram à porta do Instituto. A Sombra inquieta-se: esta é a sua derradeira oportunidade para levar ao chefe os dois traidores. A faca de cozinha ergue-se no ar e no momento em que A Sombra se prepara para reclamar a glória que lhe escapa há tanto tempo os dois militares cristalizam-se num abraço, a música cessa finalmente de existir e A Sombra, enternecida com este final lamechas, evapora-se no ar.
Ser-se Garfo
- Tentamos outra vez?
sexta-feira, 25 de novembro de 2011
Na pele e na vivência de um garfo
Levanto-me todos os dias de manhã, por volta das 08:00 horas. Fardo-me de manhã e lá vou para a minha secção, a cozinha. Coloco-me no tabuleiro que em breve irá ser usado. O meu uso é diário, sou utilizado todos os dias. Alimento a fome que todos passam. Em parte, sou um utensílio das suas fraquezas.
Sou tocado por muitas pessoas ao longo do dia, não tenho descanso, nem paragens. Sou higiénico, sim, porque tomo banho varias vezes ao dia. Mesmo sendo sou um objecto, não me sinto como tal, pois sou muito útil, dá-me alegria esta utilidade sem fim. Proporciono bons momentos às pessoas, muitas vezes até, considero-me um romântico, chego aproximar as pessoas e sentir o seu carinho em mim.
A noite vem e leva-me com ela, para o mesmo lugar, o tabuleiro. Mas sei que no novo dia que virá, bem cedinho serei utilizado e usado vezes sem conta.
Alegra-me contribuir para o bem-estar das pessoas. No fundo sou uma mais-valia, não sou nada vulgar! Eu sinto melhor que ninguém o aconchego destas pessoas. Sou um garfo, mas se eu não existisse? Seriamos sempre primitivos, comendo com as mãos! E para quê sujar as mãos, quando podem ter-me a mim, um belo e elegante garfo. Contribuí para evolução da sociedade.
Andreia Manuela Tomé Tavares
Enigmas
No profundo da de qualquer ser, racional ou irracional, como um pequeno gato.
Os sentimentos surgem como enigmas, esperando serem descodificados. Provocam um determinado constrangimento em nós, pois não sabemos muitas vezes lidar com eles, desvendar os seus mistérios.
O amor, por exemplo, é um enigma eterno. Podemos senti-lo e vivê-lo, mas não o compreendemos. Digamos que seja como um moinho, funciona e deixa de funcionar. Tentamos consertá-lo e por vezes não tem conserto, considerando também que é uma regalia da nossa antiguidade.
O amor é um mistério que nos ultrapassa. Provoca-nos emoções imensas e distintas, coloca-nos no mais alto pedestal da alegria desigual e deixa-nos cair na mais profunda das covas. Aquece-nos e arrefece-nos a alma, o coração. É o cobertor do Inverno e o lençol do Verão.
Andreia Manuela Tomé Tavares
quinta-feira, 24 de novembro de 2011
Esboço de um possível diálogo.
- A avó voltou a oferecer-me umas meias de andar por casa - dois olhos cintilam na escuridão e uma resposta voa rente aos meus lábios como um dardo envenenado.
- A mim coube-me um livro sobre a arte de dialogar - aguardo, dentro do meu bunker sentimental, orgulhosa da diferença monetária que separa os nossos presentes, pela retaliação. Os dois olhos permanecem gelados, fitando-me com fúria. Remato:
- Talvez devesses dar uma olhadela, de modo a que no próximo ano consigas anunciar com antecedência o presente que queres receber - as minhas palavras cristalizam-se no ar, maliciosas. Ela ergue por fim a espada de mágoa e carregando consigo a raiva própria dos rancores mantidos em cativeiro esbofeteia-me:
- Óptima sugestão, Mariana. Dada a época benevolente em que nos encontramos agracio-te também com um conselho: quando acabares de ler esse acumulado de páginas inúteis volta a inscrever-te no curso de Escrita...
quarta-feira, 23 de novembro de 2011
Linguagem exacta e rigorosa
Raymond Carver
Alguém que fala sem medos sobre essa coisa esquisitíssima: amor.
"Habituamo-nos a tratar os amores como electrodomésticos: quando se escangalham, vamos ao supermercado comprar um novo, igualzinho ao que o outro era. Consertar? Não compensa: o arranjo sai caro, além de que nunca se sabe muito bem onde procurar a peça que falta. Substituímos a eternidade pela repetição, e o mundo começou a tornar-se monótono como uma lição de solfejo. Tememos a maior das vertigens, que é a da duração. Mas no fim de cada sucesso há um cemitério como o de Julieta e Romeu, apenas com a diferença da aura, que é afinal tudo. As pessoas morrem cada vez mais velhas e cansadas de correr, e os seus cadáveres tensos soçobram de ridículo sob a terra das suas efémeras conquistas."
E para sobremesa, um aforismosinho:
"O ciúme é o vírus do analfabetismo sentimental."
Inês Pedrosa in Nas Tuas Mãos
O vídeo mesmo errado
Gregueriando
. A zebra é... A zebra é... A zebra é... (Lamentamos mas este animal está riscado)
. A ostra é um berbigão que chupa rebuçados
. O urso polar é um peluche carnívoro
. A reticência é um ponto final gago
terça-feira, 22 de novembro de 2011
Delírios no caminho até ao trabalho
Descrição de um beijo
Olhas-me, de perto me olhas, cada vez mais de perto, e então brincamos aos ciclopes, olhando-nos cada vez mais de perto. Os olhos agigantam-se, aproximam-se entre si, sobrepõem-se, e os ciclopes olham-se, respirando confundidos, as bocas encontram-se e lutam sem vontade, mordendo-se com os lábios, quase não apoiando a língua nos dentes, brincando nos seus espaços onde um ar pesado vai e vem com um perfume velho e um silêncio. Então as minhas mãos tentam fundir-se no teu cabelo, acariciar lentamente as profundezas do teu cabelo enquanto nos beijamos como se tivéssemos a boca cheia de flores ou de peixes, de movimentos vivos, de uma fragrância obscura. E se nos mordemos a dor é doce, e se nos afogamos num breve e terrível absorver simultâneo do fôlego, essa morte instantânea é bela. E há apenas uma saliva e apenas um sabor a fruta madura, e eu sinto-te tremer em mim como a lua na água.»
In O jogo do Mundo (Rayuela), de Julio Cortázar
segunda-feira, 21 de novembro de 2011
Micro-contos entre e o amor e a morte
- Apaixonado, ele queria mandar-lhe uma mensagem mas não havia dinheiro que pagasse o seu amor.
- Deitado naquela cama de Hospital, sobre o seu corpo abatia-se um eterno sono. Infelizmente, a morte não dorme e a enfermidade não tem fim.
Aforismos a uma voz pessoal
Para a frente e para trás
Não te amo mais.Estarei mentindo se disser queAinda te quero como sempre quis.Tenho certeza queNada foi em vão.Sinto dentro de mim quenão significas nada.Não poderia dizer jamais queAlimento um grande amor.Sinto cada vez mais queJá te esqueci!E jamais usarei a fraseEU TE AMO!Sinto, mas tenho que dizer a verdadeÉ tarde demais...
Clarisse Lispector
Descrição do Video Youtube - We trust “Time (better not stop)”
Escrito durante a aula do dia 16 de Novembro de 2011
Exercício: Descritivo do nosso caminho de casa ao emprego
Exercício: O primeiro parágrafo de um Romance
Massagem cardíaca
Então?
Mas foi com estas pequenas palavra que começou tudo. A eles juntaram-se estudantes; classe operária; fábricas, e o mais estupidificante dos trabalhos: a malta de televendas. Juntaram-se também mulheres, pescadores, mendigos e tudo mais quanto possam imaginar. Já constituam um largo grupo e foram crescendo ainda mais. Foram para o Marquês de pombal... Não porque havia jogo, não! Não porque era dia sem carro, não, e certamente não foi por ser dia de eleições. NÃO! Foram para o Marquês sim! Porque era um dia novo... Um dia novo na história de Portugal. Não era o 25 de abril e nem tão pouco o Maio 68, era sim: Portugal, Dezembro de 2009. O ano em que se esperava que caísse… um “nevão” de novas oportunidades.
O Capitão
sábado, 19 de novembro de 2011
Textos Literários e não Literários
Exemplos de textos literários: poemas, romances literários, contos, telenovelas.
Os textos não literários pretendem informar o leitor de forma direta e objetiva, a partir de uma linguagem denotativa. A função referencial predomina nos textos não-literários.
Exemplos de textos não-literários: notícias e reportagens jornalísticas, textos de livros didáticos de História, Geografia, Ciências, textos científicos em geral, receitas culinárias, bulas de remédio.
Fonte: Wikipédia
A graça da Graça
sexta-feira, 18 de novembro de 2011
Leituras Acidentais
quinta-feira, 17 de novembro de 2011
Sugere-se que em todas as ruas
em todas as ruas te perco
conheço tão bem o teu corpo
sonhei tanto a tua figura
que é de olhos fechados que eu ando
a limitar a tua altura
e bebo a água e sorvo o ar
que te atravessou a cintura
tanto tão perto tão real
que o meu corpo se transfigura
e toca o seu próprio elemento
num corpo que já não é seu
num rio que desapareceu
onde um braço teu me procura
Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco
Mário Cesariny