sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Na pele e na vivência de um garfo


Levanto-me todos os dias de manhã, por volta das 08:00 horas. Fardo-me de manhã e lá vou para a minha secção, a cozinha. Coloco-me no tabuleiro que em breve irá ser usado. O meu uso é diário, sou utilizado todos os dias. Alimento a fome que todos passam. Em parte, sou um utensílio das suas fraquezas.

Sou tocado por muitas pessoas ao longo do dia, não tenho descanso, nem paragens. Sou higiénico, sim, porque tomo banho varias vezes ao dia. Mesmo sendo sou um objecto, não me sinto como tal, pois sou muito útil, dá-me alegria esta utilidade sem fim. Proporciono bons momentos às pessoas, muitas vezes até, considero-me um romântico, chego aproximar as pessoas e sentir o seu carinho em mim.

A noite vem e leva-me com ela, para o mesmo lugar, o tabuleiro. Mas sei que no novo dia que virá, bem cedinho serei utilizado e usado vezes sem conta.

Alegra-me contribuir para o bem-estar das pessoas. No fundo sou uma mais-valia, não sou nada vulgar! Eu sinto melhor que ninguém o aconchego destas pessoas. Sou um garfo, mas se eu não existisse? Seriamos sempre primitivos, comendo com as mãos! E para quê sujar as mãos, quando podem ter-me a mim, um belo e elegante garfo. Contribuí para evolução da sociedade.

Andreia Manuela Tomé Tavares

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