terça-feira, 29 de novembro de 2011

Última estação de Metro


João esperou até à última estação, deixou sair os últimos passageiros e quando teve a certeza que estava sozinho, deteve-se em frente ao mapa da rede do metro, abanou a lata de tinha preta e opaca, e apagou o Rossio. Sem querer, borrou também parte do Martin Moniz. A imperfeição da sua primeira pintura não o demoveu para continuar a repeti-la em cima de todas as portas da carruagem e o Martin Moniz, e mesmo a Baixa-Chiado, foram mesmo completamente poupadas em algumas das réplicas da sua obra.
Enquanto fugia, sentiu-se eufórico, como se tivesse conseguido apagar a vergonha de preto.

P.S. Mantenho a última frase por coerência com a aula mas concordo em cortá-la, ou apagá-la de branco.

Sem comentários:

Enviar um comentário